Fora de Controle

Fora de Controle 

1991

Off and Running

Dirigido por: Ed Bianchi

    Off and Running é um filme de comédia e mistério americano de 1991 dirigido por Ed Bianchi , escrito por Mitch Glazer e estrelado por Cyndi Lauper e David Keith. Originalmente o filme se chamaria "Mood over Miami". A Orion Pictures tinha planos de dar a este filme um amplo lançamento, mas devido aos problemas financeiros da empresa na época, o filme foi direto para o vídeo nos Estados Unidos. No entanto, no Reino Unido, foi lançado nos cinemas em 12 de junho de 1992 pela Rank Film Distributors. 

    Cyd Morse é uma atriz frustrada que ganha a vida fazendo apresentações aquáticas, vestida como uma sereia. É assim que conhece Woody, um ex-jóquei que teve de se aposentar ao crescer demais. Com simpatia mútua e instantânea, saem para um adorável programa, que se estende para mais outro e mais outro. Porém, como nem tudo é perfeito, o querido Woody é repentinamente assassinado e Cyd, vítima de perseguições alucinantes.

    Cyndi Lauper escreveu sobre os bastidores do filme em sua autobiografia:
    "Eu estava esgotada da turnê quando recebi uma oferta para fazer outro filme. Eu tinha conseguido duas outras ofertas antes disso – para Flores de Aço e Uma Secretária de Futuro. Ninguém me explicou que seria uma boa ideia trabalhar com Mike Nichols, mas eu não queria fazer Uma Secretária de Futuro, porque não suportaria estar num escritório de novo, e eu não queria fazer uma esteticista de novo. E recusei Flores de Aço porque achei que não seria boa o suficiente. No entanto, decidi pegar o papel em Paradise Paved, que depois foi alterado para Moon over Miami, e depois para Fora de Controle [Off and Running]. Porém nunca saiu de controle e prosperou. 
    Foi o último filme que a Orion Pictures fez antes de declarar falência em 1991. Aí é que está: sempre que um projeto tem três nomes, você sabe que não vai funcionar. Mas pensei: “Vamos parar com a música por um tempo e fazer um filme”. Era outra história de uma garota maluca, um filme peculiar que tentou ser sério também. Vibes tinha uma premissa melhor. Interpretei uma atriz chamada Cyd Morse que não tinha muito trabalho, então dançava como sereia embaixo d’água num clube noturno de Miami. Aí fico presa em um mistério de assassinato depois que dois caras matam meu namorado e tentam me matar também. Era para ser um tipo de comédia maluca sombria. Mas foi outro set sexista, e, na minha opinião, o diretor estava sobrecarregado. Depois de um tempo, parecia que eu estava num clube do Bolinha. E, mais uma vez, parecia que eu nunca conseguia falar com ninguém, exceto minha preparadora de elenco. Minha nova preparadora de elenco gostava da coisa toda do “Método de atuação”, que nunca consegui entender. Ela me passou todos os exercícios, como pular para cima e para baixo em um pé só enquanto cantava “feliz aniversário” fora do ritmo. Eu me senti torturada durante esse exercício. 
  
 
Eu sou uma cantora/musicista. Dizer palavras de forma repetitiva várias vezes em uma cena me ajudava a encontrar o ritmo dela. Para mim, tudo é ritmo. Temos coração, temos pulso, temos ondas cerebrais. Somos ritmo. Quando ouço o ritmo do discurso de uma pessoa, conheço a pessoa que está por trás dele. Isso é o que entendi. As outras coisas não consegui entender. Eu estava sempre tentando descobrir sobre o que era a cena, mas não sabia como, e eu não conseguia entender o que elas me diziam. Me disseram para não me comportar como eu mesma. Diziam: “Você precisa falar mais baixo e não usar as mãos quando fala”. Então, tentava o meu melhor, mas faltava o “porquê”. Eu estava desesperadamente tentando agradar todo mundo depois de ter meu nome arrastado na lama em Vibes. Louis Falco, o coreógrafo do filme, tornou-se um bom amigo. Ele tinha uma companhia de dança em Nova York e fui encontrálo quando ele estava coreografando as cenas subaquáticas. Ele disse: “Cyn, você tem que ondular”. Que diabo é isso? Então ele me viu tentando ondular e disse: “Hã, não tem importância, está tudo bem”. Quando fizemos isso na água, ele me disse para girar, e eu rodopiei e rodopiei como uma broca, até que bati a cabeça na parede da piscina. De novo, ele disse: “Hã, não tem importância”. Também tive que aprender a nadar. Não gosto de molhar o rosto, então foi meio difícil. Precisei aprender a fazer mergulho autônomo. 
    Às vezes eu surtava e a professora de natação dizia: “Se você surtar, descanse, fique calma, lembre-se de que pode respirar e pense: ‘do que eu tenho medo?’”. Ainda uso isso hoje quando surto – contanto que eu possa respirar, consigo permanecer calma. O figurinista gostava da brancura da minha pele e queria que eu tivesse cabelos pretos na piscina para me fazer parecer diferente das outras sereias. Então decidiram que eu também usaria um top preto. Mas o top preto fez algo estranho com o visual subaquático: sugou toda a luz para dentro. Todas as outras sereias tinham tops claros que faziam seus seios parecerem maiores do que eram – não que eles não fossem bonitos, para início de conversa. Mas meu top preto fez meus seios parecerem menores, então eu parecia uma criança de 12 anos. Pouco antes de entrar na água, o rapaz que trabalhava para o produtor veio correndo até mim e começou a gritar coisas sobre o figurino. Eu disse a ele: “Por que você está gritando comigo? Essa é a primeira vez que você viu meu figurino? Por que você não verificou isso antes? Estou petrificada da água, e agora que estou prestes a entrar, você fica me estressando?”. Todos ficaram assustados porque, quando cheguei ao fim da conversa, eu estava gritando. Depois de ter entrado na água um monte de vezes, percebi que não só poderia trabalhar o tubo de ar e respirar, filtrando a água com a língua, mas também poderia fazer a sincronia labial. De repente, eu estava me apresentando embaixo d’água. Não por nada, mas eu era como o Flipper. 
    Quem ia saber que dava para fazer sincronia labial subaquática? Foi divertido. No começo havia uma dublê fazendo algumas cenas subaquáticas, mas o diretor achou que eu tinha mais personalidade. O mais frustrante foi que, depois de todo esse trabalho para aprender a fazer isso, eles só filmaram um pouco da música. Eles nem sequer fizeram uma tomada completa. Se filmassem a música inteira, mesmo que só uma vez, poderíamos ter criado um clipe com trechos do filme. Pensei que esse poderia ter sido o motivo pelo qual fui escalada, para que pudessem fazer uma promoção cruzada em dois mundos diferentes, música e filme".







    Há uma cena em que Cyndi canta a música "Blue moon" acapella. "Blue Moon" é uma música popular composta por Richard Rodgers e Lorenz Hart em 1934. Pode ser a primeira instância da familiar "progressão de 50" como uma canção popular e que se tornou o padrão para baladas. A canção foi um sucesso duas vezes em 1949, sendo regravadas por Billy Eckstine e Mel Tormé.   

    
Em 1961, "Blue Moon" tinha se tornado um sucesso internacional, sendo regravada pelo grupo The Marcels, que chegou ao topo da Billboard 100 e da UK Singles Chart. No entanto esses registros ficaram somente no filme, a trilha contém uma música de estúdio chamada "Unabbreviated Love" que embala os créditos finais do longa. Essa música entrou como lado B do single de "My first night without you".


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