Há 40 anos, Cyndi Lauper brilhava no American Music Awards

    O Prêmio da Música Americana (do inglês: American Music Awards - AMA) é uma premiação anual da música estadunidense, criado por Dick Clark em 1974.

    O AMA é uma premiação reconhecida mundialmente, ao lado das premiações Grammy e Billboard Music Awards. O evento foi realizado todos os anos de 1974 a 2022. Regressará em 2025, já na CBS.

    Desde sua criação em 1973 até 2002, os AMA foram realizados no mês de janeiro, mas a partir do ano seguinte (2003) foram movidos para o início de novembro, para que não houvesse disputas com os outros shows de premiações (como por exemplo: Golden Globe Awards e o Academy Awards). 

    A 12ª edição do American Music Awards foi realizada em 28 de janeiro de 1985 e apresentada pelo cantor Lionel Richie. A cerimônia de premiação foi notável porque, imediatamente após o evento, muitas das celebridades participantes foram gravar " We Are the World ".

    Cyndi, além de faturar dois prêmios importantes da noite, também fez uma performance apresentando um cover que regravou do cantor Prince, em seu álbum She's so unusual. Em sua biografia, Cyndi fala sobre este momento, contando-nos algumas curiosidades e alguns arrependimentos:

    “Ouvi dizer que ele (Prince) gostou da minha versão. Mais tarde, eu o vi quando nós dois estávamos no American Music Awards, mas não falei com ele. Você vai achar loucura, mas eu sentia que ele era tão famoso que eu não queria me aproximar dele.
(...)Lembro que vi a Madonna pela primeira vez no American Music Awards no início de 1985. Eu estava pronta para ganhar alguns prêmios e também ia apresentar “When You Were Mine”.     Eu deveria ter cantado “Girls Just Want to Have Fun” – o lugar todo teria entrado em erupção –, em vez disso, cantei a música do Prince, que provavelmente passou batida pela cabeça de todos. Mas eu queria que meu disco seguisse adiante.
    De qualquer forma, fiz tudo preto e branco no cenário. Falei para os produtores me deixarem trabalhar com o sindicato dos carpinteiros para construir uma grande escultura feita de sapatos. Eu estava descalça e usava calça preta, camisa branca, maquiagem preta e um colete com estampa de zebra. Nada tinha cor, exceto um pouco de tinta laranja que estava em um balde no palco e meu cabelo, amarelo e laranja. Então, enquanto eu cantava, espalhava cor no cenário. Para os telespectadores, parecia que eu estava transformando uma imagem em preto e branco em cores. Eu queria levar arte para a casa das pessoas. Eu estava determinada a misturar arte e música, o aspecto visual, o som e a história, e basicamente abri uma veia no palco. Eu queria ser maior que a vida, ser melhor do que quem eu era, parecer completamente diferente. Eu me tornei uma pintura.    
(...)Naquele ano fui indicada para dois prêmios, Artista Feminina de Pop/Rock Favorita (concorrendo com Madonna) e Clipe de Artista Feminina de Pop/Rock Favorito (concorrendo com Tina Turner). Quando me levantei para fazer meu discurso de agradecimento para Artista Feminina de Pop/Rock Favorita, olhei para Madonna na plateia e me senti muito mal, porque ela lançou “Like a Virgin” e foi a número um por seis semanas seguidas. Nunca tive esse tipo de sucesso na vida, nunca. Ela também não tinha tido, então pensei que era incrível para ela.
    Então agradeci a todos e disse: “Aceito este prêmio pelas pessoas que vieram antes de mim e pavimentaram o caminho, e para as pessoas que virão depois de mim”. Olhei para ela e pensei: “No ano que vem será você”. Eu a conheci depois e disse: “Ei, essa sua faixa, ‘Like a Virgin’, é inacreditável, é muito boa, parabéns”. Ela era legal, mas foi uma troca muito curta. Nunca pude ter uma conversa com ela, porque ela sempre teve muitas pessoas que a protegiam. A minha vida inteira vivi do jeito oposto.
    Depois do show, continuei com minha vida incessante: o American Music Awards terminou por volta das 21h ou 22h, e tive que ir direto para um estúdio de gravação em Los Angeles para filmar o vídeo “We Are the World” para o projeto “USA for Africa”. Não havia tempo para me arrumar. Eu estava muito chateada por não poder lavar o cabelo depois da peça de arte que fiz, então tinha respingos secos de tinta laranja e amarela caindo da minha cabeça". 

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