Show de Abertura para Cher

    Cyndi Lauper que já havia feito um cover da música "Disco inferno", que foi sucesso nos anos 70, ao vivo pela primeira vez no Bryant Park, em Nova York, em 21 de junho de 1998.

    Na revista Billboard de 16 de maio de 1998, na coluna "Dance Trax", havia uma história sobre os remixadores Bobby Guy e Ernie Lake, também conhecidos como Soul Solution : "Eles estão trabalhando com Cyn em uma versão de tirar o fôlego de 'Disco Inferno'. O corte será incluído na trilha sonora de A Night At Roxbury (Os estragos de sábado a noite)."

Na foto Cyndi usa um terno de três peças de Nicole Miller.
    Embora a data de lançamento original do maxi single fosse 3 de agosto de 1999, ele foi distribuído a partir de 24 de julho em algumas regiões. O single foi lançado oficialmente nos EUA em agosto de 1999. Lauper o apresentou em muitos shows, incluindo sua Summer Tour '99, na época de seu lançamento. A música foi indicada ao Grammy na categoria de 'Melhor Gravação Dance' para os prêmios de 1999.    

    Em abril de 1999, Cyndi anunciou que entraria em turnê com a cantora Cher.  Cher é uma cantora, atriz e personalidade de televisão americana, apelidada de "Deusa do Pop". Conhecida por sua voz grave de contralto, estilo ousado e reinvenções constantes, sua carreira multifacetada abrange sete décadas, consolidando-a como ícone cultural. 
    Nesta época Cyndi lançara, não muito tempo antes, em 27 de outubro de 1998, seu álbum natalino pela Epic, "Merry Christmas...Have A Nice Life". A recepção dos críticos de música foi em maioria favorável, com resenhas que elogiaram o repertório e os vocais, tais como a do site AllMusic, que avaliou com três estrelas de cinco e do jornal Los Angeles Times, com avaliação de três estrelas e meia de quatro. Comercialmente, vendeu 26.000 cópias nos Estados Unidos, de acordo com a Nielsen SoundScan.
    Cyndi escreveu sobre quando recebeu o convite da própria Cher em seu livro:

"Cher é incrível, uma pessoa muito, muito legal. Quando ela me convidou para a turnê, disse: “Vamos lá, vamos ficar ótimas juntas”. Ela estava certa. A Cher fazia coisas como alugar um cinema inteiro para todos em uma parada de turnê para assistirmos a um filme. Deus a abençoe. Todos os dias ela praticava ioga – todos os dias, fizesse sol ou chuva. É um saco, mas ela conseguia fazer isso. Ela era disciplinada e fazia a coisa certa e era agradável e ela é legal. Se houvesse algum problema, você saberia, ela vinha e
falava com você, e tudo se resolvia".

    A turnê começou em 16 de junho de 1999 e foi inicialmente planejada para terminar em 15 de dezembro de 1999, mas devido ao seu grande sucesso comercial, a turnê foi estendida de 30 de dezembro de 1999 a 5 de março de 2000 na América do Norte. Cyndi Lauper , Wild Orchid , Michael McDonald e Julio Iglesias Jr. foram os shows de abertura em diferentes momentos durante a turnê.

Quando Cyndi não estava abrindo os shows de Cher, ela fazia Pockets Shows em casas noturnas.




   

"A forma com que eu costumava vender meus discos era apresentar remixes dançantes das minhas músicas nas casas noturnas. Comecei a vestir toda a tralha que vestia na Gay Pride quando me apresentava nas casas noturnas. Eu usava uma bandeira de arco-íris com enfeites e, quando eu girava na luz, ela brilhava. Comecei a usar acessórios de cabeça também. Lembro que fui ao Canadá fazer alguns shows e, na época, a rede Bravo estava fazendo um trabalho sobre processo criativo. Então eles ficavam me seguindo por aí. Eu também estava comendo uma comida repugnante de dieta novamente para ficar magra."
    Cher convidou Cyndi para sua turnê de 2002, que faria a divulgação do seu álbum "Living proof". Cyndi havia acabado de perder o contrato com a gravadora em que estava, porém mais de um milhão de pessoas viram esse show, onde ela começou a incluir músicas do seu disco Shine, que foi lançado exclusivamente no Japão. Músicas como "Shine", "It's hard to be me" e "Madonna Whore", entraram no seu set de 1h antes do show principal. "Foi muito legal porque conseguimos fazer uma ótima apresentação. Minha banda foi incrível. A Cher começou a me colocar no JumboTron e a me orientar. Não sei como ela conseguia tempo, mas em algum momento ela me chamou de lado para dizer: “Olha só, quando você usa toda aquela maquiagem escura nos olhos não consigo enxergar dentro dos seus olhos”. Ela sugeriu que eu usasse outra maquiagem e colocasse mais brilho em mim", escreveu Cyndi em sua biografia. 
     
Ainda em seu livro Cyndi conta várias histórias sobre as turnês de abertura com a Cher: "Durante o dia, eu fazia sessões de autógrafo, porque não queria apenas estar na turnê, queria realmente contribuir. É por isso que também gravei “Disco Inferno” na gravadora do produtor Jellybean Benitez – então eu teria material novo. E comprei roupas para estar o melhor possível para Cher e para mim. Meu marido havia dito: “Se você quer ser bem-sucedida, precisa parecer bem-sucedida. Não pode usar essas roupas baratas”. Sendo assim, contratei uma estilista e ela me comprou coisas de todos os lugares, incluindo Dolce & Gabbana. Anna Sui também me deu um terno e uma calça de couro, Deus a abençoe. Para as sessões de autógrafo, eu usava jeans branco e camisa da Etro. No palco eu usava ternos e camisas com babados, pelo que lembro, do tipo que Otis Redding costumava usar. Eu cantava cinquenta minutos por noite e queria fazer algo especial para as pessoas que iam me ver. Eu sabia que os fãs da Cher estavam sentados na frente, mas meus fãs estavam na parte de trás e eu queria fazer com que eles se sentissem importantes também. Então eu corria para a parte de trás do lugar e subia as escadas dos fundos enquanto cantava. Eu fazia todo mundo ficar de pé. Eu tinha um engenheiro de som fantástico, então o som era ótimo. Não há nada como fazer com que um monte de pessoas que estão muito impressionadas consigo mesmas sintam que elas não têm importância, excluindo-as.     
    A turnê foi um acontecimento, mas, infelizmente, eu estava trabalhando tanto que comecei a me desgastar. Durante nosso show em Oklahoma, caí enquanto corria pelas escadas para chegar até o público e me machuquei. O metal dos degraus entrou na minha perna, havia um corte profundo e não pude voltar. Eu me senti muito mal porque os dançarinos da Cher olharam para mim e ficaram muito preocupados. Fizeram com que as pessoas corressem para os bastidores para conseguir algo, qualquer coisa, para me ajudar, e me trouxeram sacos de gelo para colocar na minha perna. Mesmo sem conseguir me movimentar, terminei a música. Depois fui para o hospital, fizeram um curativo e recebi alguns analgésicos. Mas eu ainda estava fora de mim e disse: “Eu não consigo fazer isso, preciso ir para casa”. Quando meu garotinho me viu com muletas, começou a chorar, mas ele se acalmou quando eu lhe disse que ficaria bem. No começo, o pessoal da Cher entendeu totalmente que eu precisava descansar e alguém do pessoal dela, que chamarei de sr. Sorridente, queria que eu voltasse. Não pude ir quando queriam que eu fosse, mas, assim que pude, claro que fui. Só perdi dois ou três shows. No começo, tive que me apresentar em uma cadeira de rodas e uma vez quase caí do palco. Depois, gradualmente, minha perna melhorou e troquei para uma bengala e, por fim, eu estava totalmente de volta. No entanto, não consigo correr desde então. 
    Uma vez, quando estávamos indo para um show em Washington, D.C., ficamos presos em um trânsito horrível, um pneu havia furado e eu ia me atrasar para o show. Você não vai acreditar no que aconteceu. Enviaram uma escolta policial para que pudéssemos passar. Nós nos vestimos rapidamente na parte de trás do ônibus e saímos direto do ônibus para o palco. Foi muito dramático e selvagem. No entanto, também me senti muito mal. Cher é uma defensora da pontualidade e o sr. Sorridente disse: “Você não pode mais se atrasar. Se você se atrasar, eu vou começar a descontar do seu pagamento”. Apesar de tudo, essa experiência me ensinou a ser mais pontual, então sou grata. (Mas ainda me atraso um pouco. Estou tentando. Há muita coisa pra fazer até eu ficar pronta – faço os exercícios de canto, coloco os cílios...) .    
    Em outra ocasião, estávamos em Laredo, Texas, e eu estava atrasada novamente depois de uma sessão de autógrafos. Minha assistente Jackie e eu tivemos que arrumar tudo (ela fez a maior parte da arrumação), nos vestir rapidamente no hotel e ir para o show. Mas alguém esqueceu de contratar um carro. Então Jackie chamou um táxi para nós e começamos a enfiar nele toda a nossa tralha para o show. Tentamos fazer com que o pobre taxista mexicano chegasse à entrada do palco o mais rápido possível: “Dirija na grama e vá para os bastidores. Vamos lá, você tem que ir, você tem que ir!”. Esse pobre homem que estava absolutamente horrorizado dirigiu na grama, sem saber quem diabos éramos. Então fomos bloqueados por um grupo de pessoas enfileiradas para ver Cher. Coloquei a cabeça para fora da janela e gritei: “Por favor, me deixem passar! Vou me atrasar, preciso estar no palco, eu deveria estar no palco, por favor, por favor, deixem-me passar”. Alguns ficaram com uma postura do tipo: “Foda-se você”. Mas alguns deles olharam para mim e falaram: “Oh, meu Deus, é a Cyndi Lauper!”, e saíam da frente. Finalmente chegamos nos bastidores e todos os nossos baús estavam do lado de fora porque era um lugar pequeno e a srta. Importante tinha colocado todas as coisas dela para dentro, incluindo o elefante e a pia da cozinha. Corremos para fora do táxi, abrimos os baús, tiramos todas as nossas tralhas e corri para o palco. Foi tão ridículo e, novamente, eu estava com raiva de mim mesma por estar atrasada. 
    Depois que fizemos uma pausa para o Natal, a Cher queria voltar, mas eu precisava ficar com meu filho, porque ele estava um caco, sentia falta da mãe. Acho que Cher entendeu. Depois disso, sempre que ela fazia algo bom, eu ligava para ela e a parabenizava. Eu a acho incrível. É muito difícil fazer amizade com pessoas famosas porque elas são muito ocupadas".

Comentários