Feliz Aniversário Cyndi Lauper!!!

    Cyndi Lauper marcou seu nome não apenas na música, mas também como ativista da causa LGBTQIA+. Coincidência ou não, a artista faz aniversário justamente no mês dedicado à luta e às causas da comunidade LGBTQIA+ em vários países, incluindo o Brasil. Hoje (22), a cantora chega aos 72 anos, com inúmeros hits no currículo, looks e penteados icônicos e muita história para contar — e que vai além do mundo pop nos anos 80.

    Cyndi Lauper não começou a carreira querendo ser o centro das atenções. O plano era cantar no fundo do palco, como backing vocal, inspirada por nomes como Merry Clayton. Ela achava que os vocais de apoio tinham mais liberdade — e, acima de tudo, não precisavam dançar em cima de plataformas escorregadias.

    Mas foi justamente essa dificuldade com os saltos que colocou Cyndi no lugar onde ela menos esperava. Numa apresentação no clube Boardy Barn, nos Hamptons, ela escorregava mais do que se apresentava. Um dos responsáveis pela banda, ao perceber que a garota lá no fundo não dançava nada, mas cantava como ninguém, deu a ordem: "Coloca ela de vocalista."

    Lauper subiu no palco à frente de um público de cinco mil pessoas, munida de um pandeiro e duas músicas que até hoje ela não esqueceu. Uma era do Free, a outra do Bad Company. "Quando comecei a bater o pandeiro no ritmo e cantar, foi isso. Desci da plataforma e virei a vocalista", disse em entrevista à Rolling Stone (via Rock And Roll Garage).

    A lembrança veio à tona agora, enquanto ela se despede dos palcos com sua turnê final. Ao comentar a indicação de novas bandas ao Rock and Roll Hall of Fame, Cyndi citou Free e Bad Company como essenciais na sua virada de carreira — mesmo que ela tenha seguido outro caminho, mais pop e mais colorido.

    Para ela, pouco importa o estilo musical. "Rock and Roll é qualquer música que muda o mundo e causa impacto", afirmou. Nesse sentido, tudo que veio depois — de "Girls Just Wanna Have Fun" a "True Colors" — também carrega um pouco daquele dia em que ela, sem querer, virou vocalista por causa de duas bandas que não tinham nada a ver com o pop.

    A cantora foi uma das personalidades que revolucionaram a moda e o lifestyle de sua era. Cyndi foi uma das primeiras mulheres a aproveitar o impulso da influência da MTV, que a transformou em uma estrela. Estudante de artes, encantou o mundo com suas roupas de brechó. Seu primeiro álbum, “She’s So Unusual”,t eve cinco músicas de um mesmo álbum no topo das paradas, marca que a posicionou com a primeira mulher a conquistar o feito.

    A partir de então, outros 13 títulos dela entraram no ranking, incluindo mais sete no Top 10. A faixa que conquistou o 1º lugar na lista foi “Time After Time”, em 1984.

    Girls Just Want to Have Fun, Time After Time e True Colors são sucessos que até hoje tocam nas emissoras de rádio. Girls, aliás, conquistou três discos de ouro e dois de platina, chegando a 2 milhões de cópias.

Seus hits de sucesso renderam-lhe o Grammy para Artista Revelação em 1985. No ano em que ganhou o prêmio de melhor artista revelação, Lauper também foi indicada para álbum do ano por “She’s So Unusual”, disco do ano por “Girls Just Want to Have Fun” e música do ano por “Time After Time”.

    Lauper ganhou um Emmy do Primetime como atriz convidada em Mad About You em 1995 e um Tony de melhor trilha sonora original por Kinky Boots em 2013. Portanto, ela está a três quartos do caminho para o status de EGOT.

    Durante uma entrevista para a revista Billboard, ela contou o que a motivou a realizar esta turnê despedida, que se encontra em sua última etapa: 'Quero fazer isto, porque ainda estou forte (...) Se eu for embora, gostaria de ser a atração principal desses lugares. Não quero tocar em teatros - estou em teatros de qualquer maneira', observou, mencionando locais como o Madison Square Garden.

    Eu queria que as pessoas soubessem quem diabos estava cantando para elas esse tempo todo, para que tivessem uma conexão. E talvez elas se inspirassem a olhar para sua história, a se entenderem. Cada um tem uma perspectiva diferente. Quando você conta sua história, isso aproxima os seres humanos. Cria comunidades. Isso é muito importante. Nos momentos mais sombrios, lembre-se: você escreve os capítulos, você traz a luz.', afirmou.

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