#TBTdaCyndiLauper: Há 20 anos na ilha do governador gravando "The Body Acoustic"

      Todos os videoclipes que foram feitos a partir das músicas do álbum "The Body Acoustic" de 2005, foram dirigidos pela Cyndi e foram filmados em localicades diferentes dentro da Ilha do Governador em Nova York, no dia 21 de agosto de 2005.

    Governors Island é uma ilha de 86 hectares, situada na baía de Nova Iorque, aproximadamente a um quilômetro ao sul de Manhattan. Está separada do Brooklyn pelo Canal de Buttermilk. 

    Em entrevista ao Bay Area Reporter a cantora disse que tinha uma "lista de desejos" com os artistas que ela sempre tinha vontade de trabalhar, e que para a sorte dela muitos deles disseram sim ao convite. Foram convidados um número substancial de artistas para colaborar nos vocais ou na parte instrumental das canções, como: Shaggy, Ani DiFranco, Adam Lazzara do Taking Back Sunday, Jeff Beck, Puffy, AmiYumi, Sarah McLachlan e Vivian Green.
Ao jornal brasileiro Extra, a cantora disse que o álbum foi um projeto especial, com a intervenção da gravadora e que ela não considera o disco como um "disco de carreira".


    Escrita por Lauper, Jeff Beck e Jed Leiner, "Above the Clouds" é uma canção de tributo a  Matthew Shepard, o estudante assumidamente gay da Universidade de Wyoming que foi espancado, torturado, amarrado a uma cerca em um caminho de terra na zona rural acidentada de Wyoming e deixado para morrer. Ele foi descoberto por um ciclista em 7 de outubro de 1998, depois de ter ficado lá por 18 horas em temperaturas abaixo de zero. Shepard foi levado ao hospital, onde foi determinado que ele havia sofrido 18 golpes na cabeça e no rosto. Ele nunca recuperou a consciência e foi declarado morto às 12h53 do dia 12 de outubro de 1998, seis dias após o ataque. Ele tinha 21 anos.

    “Above The Clouds” de Lauper é apenas uma das maneiras pelas quais a icônica vocalista celebrou a memória de Shepard ao longo de sua carreira. Em 2001, ela foi solicitada a permissão para usar uma de suas músicas em um documentário sobre Shepard, e Lauper posteriormente se tornou amiga da mãe de Shepard, Judy, ela mesma uma fervorosa defensora dos direitos LGBT.

    “Eu me envolvi logo cedo por causa de amigos e familiares”, explicou Lauper. “Em 2001, ouvi falar de Matthew Shepard e eles vieram até mim para perguntar se poderiam usar 'Shine' (a faixa-título e único single lançado do Shine de Lauper em 2001  ) para um documentário. Então eles me explicaram tudo. Eu não conseguia acreditar que aconteceu assim, mas aconteceu. Então me envolvi com Judy Shepard, que vi em um evento da Comissão de Direitos Humanos [HRC]. Eu a vi sentada em um show da HRC e ela parecia triste. Percebi que ela era mãe, então sentei e disse a ela que ela parecia que precisava de uma bebida e que viesse em turnê comigo. Foi de camisetas para se envolver com a HRC e se envolver com P-Flag e Judy Shepard.”

    Como membro do Conselho da Fundação Matthew Shepard, Lauper dedicou concertos a Shepard e trabalha incansavelmente para ajudar a promover a mensagem da Fundação.


Primeira vez que 'Shine' ganhou um videoclipe.


    “She Bop”, original de 1984 do álbum She's So Unusual , recebeu uma leitura sombria que soa como uma severa acusação à política sexual moderna.


     Nessa versãode "Money changes everything", Cyndi faz um dueto com Adam Lazzara que é o líder da banda americana de rock Taking Back Sunday. Além de cantar, ele ocasionalmente toca guitarra e gaita.

    The Body Acoustic é uma compilação lançada pela cantora americana Cyndi Lauper, em 2005. Consiste em dez faixas lançadas anteriormente que foram regravadas e reorganizadas acusticamente, bem como duas novas canções.

    O título é uma brincadeira com o poema I Sing the Body Electric, de Walt Whitman, com a palavra corpo neste caso se referindo ao corpo da obra de Lauper como artista musical.

    O álbum apresenta vários artistas convidados, incluindo Shaggy, Ani DiFranco, Adam Lazzara do Taking Back Sunday, Jeff Beck, Puffy AmiYumi, Sarah McLachlan e Vivian Green.

    Uma edição DualDisc foi lançada, contendo as canções em enhanced stereo, quatro novos vídeos dirigidos pela própria cantora, bem como um recurso de bastidores com o making of. A prensagem original traz a controversa tecnologia XCP, da Sony, que protegia os CDs contra cópias.

A canção "Time After Time", com Sarah McLachlan entrou na parada da Adult Contemporary da Billboard.



Cyndi Lauper: Perfume de Mulher; 
Como um Arco-Íris
Perfume de Mulher: Com um novo álbum acústico revisitando antigos favoritos, Cyndi Lauper traz um toque folk fresco e um ótimo perfume ao fazê-lo.

Por Brandon Voss

    Repetidamente, Cyndi Lauper impressiona os fãs com seus vocais únicos, estilo incomum e energia incomparável. Em seu nono álbum, The Body Acoustic, ela dá uma repaginada radical em seus sucessos com a ajuda do dulcimer, um instrumento de cordas popular na música folk americana, e um elenco de estrelas convidadas, incluindo Sarah McLachlan, Vivian Green e Puffy AmiYumi. Conversei com a vocalista ativista dos direitos gays por telefone enquanto ela se apressava pelo Aeroporto JFK para pegar um voo para alguns shows no Japão (ao retornar, ela iniciará sua turnê pelos EUA em Nova York). Depois de mostrar sua verdadeira face há 25 anos, La Lauper não dá sinais de que vai desacelerar. É de se surpreender que ela prefira a fragrância "Now & Forever"?

HX: Oi, Cyndi! Você é, como dizem, famosa no Japão?

Cyndi Lauper: Sou muito mais alta.

Você reinterpretou seus clássicos em The Body Acoustic. Por que mexer com a perfeição?

Bom, eu já estava fazendo isso ao vivo em eventos beneficentes, e eles sempre dizem: "Se você conseguir manter o custo baixo..." para que mais dinheiro vá para a causa. Então, comecei a aparecer com meu dulcimer. Participei de um evento onde a gravadora estava presente, e eles adoraram e quiseram gravar em CD.

Mas este não é o típico álbum acústico sonolento.

Não, eu não queria fazer um disco de Prozac. Adoro o som americano — aquele folk, aquele canto de varanda. Eu queria aquela sensação de gente se reunindo depois do jantar para cantar e tocar. Mas eu também queria que fosse rock. [Suspira.] [Para a comitiva:] Minha passagem e meu passaporte! Não tenho certeza! [Para mim:] Espere um segundo. [Passa um minuto.] Você ainda está aí?

Sim.

Então, olha, esqueci meu perfume. Vou comprar aqui no aeroporto. Eu digo Coco Chanel — não tem como errar, né? Porque sempre tem o mesmo cheiro. Ou você escolheria Shalimar? Mas Shalimar é muito doce. Me dá um certo enjoo. Ah, Paris — você cheira a repelente de baratas! E o Opium?

Muito legal.

Nossa, cheira a coisa de homem. Eu ainda digo Chanel nº 5. Deixa eu ver como é o cheiro. Borrifo no ar e depois entro e cheiro! [Tossindo.] Ah, o lugar inteiro está fedendo a isso agora. Agora estou com dor de cabeça.

Talvez essa não seja a melhor escolha, então.

Não, eu digo que tem que ser Coco. Ou é muito vulgar? Veja, eu adoro a garrafa — tenho que adorar a garrafa. A tampa do Gaultier é linda, mas estou tentando descobrir qual é o cheiro... [Engasgando.] Estou com isso na boca! Agora, o que é isso? Oh, Mademoiselle — eu não gosto disso. Eles têm que ter as coisas antigas para os velhinhos. [Para o caixa:] Por que você não pede uma pequena de Coco? Você está me matando! [Para mim:] Tudo bem, o que eu estava dizendo?

Eu não tenho certeza.

Vou ter que comprar essa coisa enorme. Não vai caber nem na minha bolsa! [Para o caixa:] Você tem um frasco menor? Mas você não sabe que estamos viajando e algumas pessoas só precisam de um perfume?

Falando em viajar, você já sentiu falta de passear pelo país com a Cher?

Não. Não é que eu não a amasse nem nada — eu achava ela a melhor. Mas foi divertido!

Vocês algum dia anunciarão sua própria turnê de despedida?

Não, querida. A Farewell Tour provavelmente será a banda de Nova Orleans dançando perto do meu caixão.

Cyndi, minha música favorita sua é o single de 1988 "Hole in My Heart", da trilha sonora de Vibes, que não está presente em The Body Acoustic nem no seu disco de maiores sucessos de 1995, 12 Deadly Cyns. Você já a cantou ao vivo?

Ah, é a favorita de muita gente! Às vezes eu canto sozinha. Bom, no final de um show eu sempre quero fazer algo que te surpreenda...

Ooh! Se você quiser nos surpreender com isso no seu show em Nova York, pode dizer que eu pedi pessoalmente.

Certo! Vou tentar. Sabe de uma coisa, vou tentar aprender no meu omnichord. E aí eu sento, pego e digo: "Aqui está uma música que o rádio me disse que era muito rápida". Eles dizem: "Agora só estamos tocando músicas lentas". Eu passei por momentos difíceis naquela época porque o rádio se tornou muito corporativo. Meu grande sonho é ter tempo suficiente para fazer minhas turnês, compor e ter um programinha de rádio no fundo do ônibus — tipo uma rádio pirata — e ir de cidade em cidade e dizer: "Aqui está o que eles estão tocando, essa é a música local. Me conte o que você acha!" Não sei se você consegue mesmo fazer isso; é só uma fantasia minha.

Você pode fazer qualquer coisa se você se dedicar, Cyndi.

É. Só quero lançar meu próximo disco. Tem tanta coisa na minha cabeça que preciso botar para fora. Gostaria de compor algumas músicas sozinha; sempre começo e, quando já está na metade ou três quartos, fico tipo: "Ah, não, não consigo terminar, não está bom". Mas só quero finalizar meus pensamentos. Há algo a ser dito sobre o ritmo da sua própria fala e a história real do contador de histórias. Aí vou chamá-la de Original Cyn! [Para o caixa:] US$ 71 por isso?! É, por que não? Estou no aeroporto. [Risos.]

HX, novembro de 2005.

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